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Saiba mais sobre as doenças foliares do milho

Lucas Jacinto • fev. 27, 2024

Doenças foliares do milho: tudo o que você precisa saber 

Fotografia mostra uma folha da planta de milho com sintomas de doenças foliares.

Doenças foliares comprometem a capacidade fotossintética das plantas de milho, reduzindo a produtividade da lavoura.

As doenças foliares são limitantes de produtividade da cultura do milho. O maior impacto causado por doenças foliares do milho é a redução da capacidade fotossintética da cultura, e consequentemente, a redução da produtividade da lavoura afetada.


Muitas destas doenças chegam até a lavoura de milho a partir de sementes infectadas, plantas daninhas, e restos culturais que não foram dessecados de forma adequada. Quando encontram condições climáticas ideais para se desenvolver, migram para as plantas pela ação do vento ou da chuva, e iniciam os danos.


Neste contexto, manejar as doenças foliares do milho do início ao fim da safra é extremamente importante para que a lavoura seja produtiva e rentável.


Continue esta leitura e saiba:

  • Quais são as principais doenças foliares da cultura do milho.
  • Porque devemos proteger as folhas da planta de milho.
  • Como manejar doenças foliares do início ao fim da safra do milho.

Principais doenças foliares da cultura do milho

Causadas por fungos, a cercosporiose, a mancha-branca e a ferrugem-polissora figuram entre as principais doenças foliares da cultura do milho.

De acordo com boletim técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), ambas têm potencial para destruir as folhas da planta de milho.

Conheça as características de cada uma destas doenças a partir de informações compartilhadas pela Embrapa:


Mancha-branca (Phaeosphaeria maydis) 
Na maioria dos casos, os impactos da doença são mais agressivos após o pendoamento da planta de milho. Para identificar a mancha branca, procure por manchas esbranquiçadas com margens marrons, que ocorrem primeiro nas folhas inferiores, e depois nas folhas superiores. A mancha-branca pode causar mais de 60% de perdas em lavouras de milho com híbridos suscetíveis.


Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)
Quando causa danos severos, as plantas afetadas se tornam vulneráveis a infecções por doenças que se desenvolvem no colmo. A doença causa manchas acinzentadas nas folhas, que podem necrosar. Quando não manejada no momento certo, a cercosporiose pode causar perdas de produtividade superiores a 80%.


Ferrugem polissora (Puccinia polysora) 
Os sintomas da ferrugem polissora são pústulas pequenas, de cor marrom claro e formato arredondado, que ocorrem na face superior da folha. Ao destruir as folhas da planta de milho, esta doença pode causar cerca de 40% de perdas na produtividade da lavoura.


Os impactos que estas doenças causam nas folhas das plantas podem variar de acordo com a suscetibilidade do híbrido de milho cultivado.

Por que devemos proteger as folhas da planta de milho?

As folhas da planta de milho são estruturas fundamentais para o crescimento, desenvolvimento e rendimento da cultura.


Por meio das folhas, a planta de milho converte a luz solar em energia, para que ocorra a síntese de carboidratos. Estes carboidratos são fundamentais para o crescimento das plantas, desenvolvimento das estruturas reprodutivas, e produção de grãos de qualidade.


Além disso, uma planta com a estrutura foliar completa consegue expressar todas as suas características genéticas, como tolerância às doenças e pragas, biotecnologia de proteção contra lagartas e potencial produtivo.

A estrutura foliar das plantas de milho também é importante para que ocorra a transpiração. Ao realizar o processo de transpiração, a planta de milho melhora sua absorção de nutrientes, e regula sua temperatura, o que é muito importante para que a cultura consiga se adaptar às condições climáticas.

Por outro lado, plantas de milho com a estrutura foliar muito afetada produzem menos carboidratos, o que compromete a produtividade da lavoura, e torna a cultura mais susceptível ao ataque de pragas e doenças. 

O manejo de doenças foliares do milho

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o manejo de doenças foliares do milho envolve tratos culturais, fungicidas químicos e biológicos, e estratégias inteligentes de manejo preventivo.


A estratégia de manejo preventivo de doenças do milho integra ações que devem ser consideradas no planejamento e no decorrer da safra. Entre as principais ações do manejo preventivo estão:

 

  • Levantamento do histórico da lavoura.
  • Escolha híbridos tolerantes ou resistentes às doenças foliares.
  • Plantio no momento correto.
  • Escolha sementes de boa procedência.
  • Opte por receber sementes tratadas com fungicidas.
  • Faça a rotação de culturas com espécies não suscetíveis às doenças.
  • Mantenha um bom manejo nutricional da lavoura.
  • Realize um bom controle de pragas e plantas daninhas.
  • Execute uma boa estratégia de pulverização preventiva de fungicidas.
Estratégia de pulverização preventiva de fungicidas na cultura do milho

O objetivo da pulverização preventiva de fungicidas é proteger a lavoura de milho acompanhando o desenvolvimento da cultura. A partir desta abordagem, é possível manter as folhas das plantas sadias, e com plena capacidade fotossintética em cada estágio fenológico.


De modo geral, com a execução de uma boa estratégia de pulverização preventiva de fungicidas na cultura do milho, é possível evitar os impactos das doenças foliares do início ao fim da safra.


Uma das estratégias de pulverizações preventivas de fungicidas recomendadas pelo departamento de Consultoria e Suporte Técnico Agronômico da Ag.In envolve três aplicações, que podem ser realizadas da seguinte forma:

  • Pulverização entre V5 e V6
    Protege as folhas do terço médio e baixeiro da planta de milho.

  • Pulverização entre V7 e V8 (antes do pendoamento)
    Protege as folhas do ponteiro.

  • Pulverização 15 dias após o pendoamento
    Protege as folhas que estão no topo da planta até o fim do enchimento de grãos.


Quando o manejo preventivo não é realizado corretamente, é necessário realizar o manejo curativo, que nem sempre apresenta os resultados desejados. Além disso, o manejo curativo tende a aumentar o custo de produção do milho, pois exige mais pulverizações com fungicidas.


Para realizar o manejo curativo de doenças foliares, é necessário realizar um bom monitoramento, e acessar informações relevantes sobre as doenças presentes na área, como os fatores que favorecem o desenvolvimento dos patógenos. O sucesso desta estratégia também exige o uso de fungicidas curativos, que foram desenvolvidos para impactar diretamente os fungos que afetam as folhas das plantas de milho.

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