O último boletim de acompanhamento de safra de grãos da Companhia Nacional do Abastecimento (CONAB), publicado hoje (14 de maio), apresenta atualizações importantes sobre as condições climáticas nas principais regiões produtoras do país. Segundo a CONAB, em abril de 2024, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm em grande parte do país, enquanto volumes inferiores a 60 mm foram observados na Região Sudeste.
De acordo com os dados capturados pela companhia, as chuvas foram suficientes para manter a umidade do solo em níveis satisfatórios na maioria das áreas.
Continue esta leitura para conhecer, na íntegra, o que a CONAB apresentou sobre o clima em seu último boletim.
Na Região Sul, os volumes de chuva foram inferiores a 70 mm sobre algumas localidades do norte do Paraná, enquanto nas demais áreas, as chuvas foram acima de 150 mm. Em geral, os níveis de água no solo permaneceram elevados em boa parte da região, havendo uma pequena recuperação da umidade no solo em relação ao mês anterior em áreas do Paraná. Destaca-se que, no Rio Grande do Sul, houve excedente hídrico devido às chuvas intensas ocorridas na última semana do mês, que interrompeu o desenvolvimento dos cultivos e as operações de colheita em grande parte do estado.
Em grande parte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 200 mm, principalmente no norte do Pará, onde as chuvas ultrapassaram os 400 mm. De modo geral, os níveis de armazenamento hídrico do solo se encontram elevados na região, porém as chuvas prejudicaram o processo de colheita da soja em algumas áreas do Pará.
Na Região Nordeste, os maiores volumes de chuva foram observados no Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e costa leste da Bahia, Sergipe e Alagoas, com valores superiores a 150 mm, contribuindo para a manutenção da umidade no solo e o desenvolvimento das lavouras de segunda e terceira safras. Em áreas pontuais do sul da Bahia e oeste de Sergipe e Alagoas, os volumes de chuva foram menores.
Na Região Centro-Oeste, os maiores volumes de chuva foram observados em Mato Grosso, sul de Goiás e nordeste do Mato Grosso do Sul, contribuindo para a elevação dos níveis de umidade no solo, favorecendo os cultivos de algodão e milho segunda safra. Nas demais áreas, os valores de chuva foram entre 120 mm e 150 mm, exceto no sul do Mato Grosso do Sul, onde houve irregularidade das chuvas e altas temperaturas, que reduziram os níveis de umidade do solo, afetando principalmente os cultivos de milho segunda safra.
Em grande parte da Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva abaixo de 70 mm. No Rio de Janeiro, norte de São Paulo e centro-sul de Minas Gerais, algumas localidades tiveram volumes de chuva abaixo de 30 mm. No geral, as condições foram favoráveis para a colheita da soja e satisfatórias para o milho segunda safra em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos.
Em abril, as temperaturas médias foram superiores a 24 °C em grande parte do Brasil. Destaque para Roraima, sul do Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul, onde as temperaturas ultrapassaram os 28 °C, enquanto na Região Sul e leste da Região Sudeste, permaneceram entre 20 °C e 24 °C. Já em áreas mais elevadas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas médias foram inferiores a 20 °C.
Texto publicado originalmente no 8º Levantamento do acompanhamento de safra de grãos da CONAB.
Sobre o algodão, a CONAB aponta que ocorreu o aumento de 16,7% na área plantada por influência das boas perspectivas de mercado. Ainda segundo a companhia, as condições climáticas estão favorecendo as lavouras que se encontram, em sua maioria, nos estágios de floração e formação de maçãs.
O boletim revela que a produção de 3.643,5 mil toneladas de algodão em pluma representa um acréscimo em relação à safra passada, e ocorre pelo aumento da área cultivada nos principais estados produtores, como Mato Grosso e Bahia.
Ao comparar os dados atuais com o levantamento anterior, a companhia destaca o ajuste de área e produtividade na Bahia. Quando as colheitas, espera-se que as primeiras áreas sejam colhidas no Mato Grosso do Sul, avançando para São Paulo, enquanto as áreas cultivadas com algodão em Goiás se apresentam em desenvolvimento vegetativo.
São Paulo
Colheita
Se intensificando na região de Avaré, Paranapanema e na abrangência da Cooperativa Holambra, que colheram cerca de 30% de toda área cultivada. Regiões de Martinópolis e Riolândia estão atrasadas considerando a safra passada.
Clima
Temperaturas elevadas e falta de chuvas criaram condições para o aumento da pressão de pragas, especialmente mosca-branca, tripes, e o pulgão.
Minas Gerais
Reta final
Com o clima favorecendo a maioria das áreas cultivadas com algodão no Estado, as lavouras estão se desenvolvendo bem, e apresentam maçãs bem formadas. Em lavouras mais adiantadas, produtores já se programam para aplicar maturadores de crescimento durante o mês de maio, com a meta de iniciar a colheita entre o fim do mês e início de junho.
Clima
Ocorreram casos pontuais, em que lavouras receberam maior volume de precipitações. Nestas áreas foi identificado o apodrecimento de maçãs do baixeiro. A ramulária também se desenvolveu por conta das chuvas, mas não causou perdas significativas, pois os agricultores se atentaram para a necessidade de mais pulverizações para o manejo da doença.
Paraná
Os principais dados do boletim da CONAB voltados para a cotonicultura paranaense abordam as condições climáticas.
Clima
A produtividade do Estado foi rebaixada por conta do clima quente e seco entre dezembro e janeiro. Este cenário se manteve durante o mês de abril, embora tenham sido registradas chuvas por três dias seguidos em muitas áreas, o que amenizou um pouco o impacto do clima quente e seco, principalmente em lavouras não irrigadas.
Colheita
Apesar da redução na estimativa de produtividade dos últimos boletins, a CONAB aponta que o Paraná deve colher o mesmo volume do ano passado, sem grandes perdas. Segundo a companhia, o algodão está retornando ao Paraná, após muitos anos sem o cultivo da cultura no Estado.
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